16.6.07

PUBLICIDADE

Sentado numa mesa
da Antarctica.
Azul. Com pingüins.
A tatuagem nas costas da menina.
Conversa comigo. E me diz.
A vida continua. É grave.
É grávida. E de barriga de fora.
A gravidez oculta da menina-motorista.
Que se revela quando desce do carro.
Comentários dos mais vários. Esquisitos.
A coca-cola em seu último copo.
Garrafa vazia. Sem alma. Transparente.
Porque a alma da coca-cola é negra. E borbulhante.
A coca-cola é onipresente, como Deus.
Mas não é Deus, é só coca-cola.
E eu sei que ela se sente mal ao notar-se
em cima de uma mesa da antarctica.
Enquanto isso, lá de um canto quase escondido do trailer,
uma caixa de papelão me grita: ‘-Beba guaraná!’
Me sinto perdido e não sei mais o que beber.
O que eu faço se agora já é tarde demais
e eu já estou cheio de coca-cola???
Tudo bem, espero descer e tomo uns copos d’água...
Porque a sede sempre volta.

Nenhum comentário: